Era pouco mais de uma hora da tarde desta quinta-feira (11) quando médicos e enfermeiros entraram no centro cirúrgico do Cemil, em Umuarama, para uma nova captação de órgãos. O doador é um homem de 49 anos. Ele estava internado desde o último dia 7 e teve o protocolo de morte encefálica encerrado pela manhã.
Foram captados rins e válvulas coronárias. Os órgãos foram transplantados em pacientes que aguardavam na fila de espera, no Paraná. Membros da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) cuidaram de todos os trâmites para o sucesso da operação, comandada pela OPO de Maringá.
Esta foi a oitava captação de múltiplos órgãos realizada só este ano no Cemil. O médico João Jorge Hellu, superintendente da Associação Beneficente São Francisco de Assis, mantenedora do hospital, enalteceu a atitude dos familiares e manifestou solidariedade neste momento de tamanha dor. “Nos despedimos de uma vida, mas várias outras serão salvas por este gesto de amor”, disse Hellu.
O Paraná alcançou o primeiro lugar em doação de órgãos para transplantes no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o índice de doações no Estado contabiliza 44,2% por milhão de população, entre janeiro e março de 2018. Em segundo lugar está Santa Catarina (33,7%) e em terceiro o Ceará (29,7%).
Desde o início de 2018, o Paraná já realizou mais de 405 notificações de doações e cerca de 130 foram efetivadas, em números atualizados até esta quinta. Em 2017, no mesmo período, foram 261 notificações e 81 doações efetivas. Houve aumento de 54%. Se comparado aos primeiros meses de 2010, quando houve 22 doações efetivas no Estado, o aumento é ainda maior e chega a 468%.